Veja 4 curiosidades sobre a Semana de Arte Moderna de 1922
1. Monteiro Lobato foi ferrenho opositor dos modernistas
As raízes do Modernismo brasileiro, e da própria Semana, vêm de um acontecimento de cinco anos antes. Em 1917, Anita Malfatti, recém-chegada da Europa, montou uma exposição com suas obras em São Paulo, considerada a primeira exposição modernista do Brasil. No dia 20 de dezembro, o escritor Monteiro Lobato publica um artigo no jornal O Estado de S. Paulo que sacudiu a sociedade e a crítica.
Com o título de “Paranoia ou mistificação?”, o artigo-bomba critica ferozmente a exposição de Malfatti, apesar de reconhecer seu talento. Ao longo do texto, ele diz que as formas distorcidas e abstratas representadas nas obras modernistas seriam fruto de “cérebros transtornados por psicoses” e defende a arte tradicional da época, dizendo que “todas as artes são regidas por princípios imutáveis”. O resultado: uma extensa briga entre defensores dos movimentos modernistas e apoiadores da arte clássica.
Mário de Andrade (sentado, à frente), Anita Malfatti (sentada, à direita) e Zina Aita (ao lado de Anita). (Imagem: Wikimedia Commons)
2. A Semana foi financiada pela oligarquia paulista
Com o artigo de Monteiro Lobato, os autores e artistas modernistas começaram a planejar os próximos passos para a difusão do movimento no cenário brasileiro. Mário de Andrade e Oswald de Andrade, que também eram jornalistas, usavam de seu espaço nos jornais para expor o Modernismo e defendê-lo das críticas. Surgiu, então, a ideia de fazer a Semana de Arte Moderna, no suntuoso Theatro Municipal de São Paulo e no mesmo ano em que a declaração de Independência completaria 100 anos. A data escolhida foi simbólica e representaria a “segunda” independência do Brasil – mas, desta vez, no sentido artístico.
Nesse momento, o apoio da elite paulista foi fundamental. À época, em pleno auge do período das oligarquias na República Velha, a oligarquia paulista tinha interesse em tornar São Paulo uma referência em criação cultural, posto que era ocupado pelo Rio de Janeiro. Além disso, o início da efervescência paulista passou a se contrapor ao conservadorismo carioca, que era bem mais tradicional no ramo das artes e, por isso mesmo, tinha um estilo mais consolidado e conservador. Assim, a Semana de Arte Moderna foi amplamente financiada pela elite cafeeira, que tomou a frente do evento que teria projeção nacional.
“O homem amarelo” e “A estudante russa”, obras de Anita Malfatti que foram expostas na Semana. (Imagens: divulgação)
3. Era para ser uma semana, mas só durou três dias
Talvez porque a intenção fosse, de fato, experimentar e provocar mudanças, a Semana de Arte Moderna, na verdade, durou apenas três dias, alternados. O evento esteve anunciado e programado para ocorrer entre os dias 11 e 18 de fevereiro, mas o Theatro foi aberto para as exposições nos dias 13, 15 e 17.
Em cada dia, as apresentações foram divididas por tema: no dia 13, pintura e escultura; no dia 15, a literatura; e no dia 17, a música. Ironicamente, alguns dos nomes mais importantes do Modernismo não estiveram presentes na Semana. É o caso de Tarsila do Amaral, provavelmente a pintora mais conhecida do movimento, que estava em Paris, e Manuel Bandeira, que ficou doente e faltou à declamação do seu próprio poema, Os sapos, no segundo dia.
4. O público não gostou
Toda aquela modernidade não agradou o público. As pinturas e esculturas, de formas estranhas, fizeram os visitantes se perguntarem se os quadros estavam pendurados da maneira certa. Os poemas modernistas eram declamados entre vaias e gritos da plateia. Conta-se, inclusive, que no último dia o músico Heitor Villa-Lobos entrou para sua apresentação calçando sapato em um pé e chinelos no outro, o que foi considerado um desrespeito pelo público presente. Não deu outra: ele foi vaiado furiosamente. Depois, o maestro explicou que fora calçado assim porque estava com um calo no pé.
A reação dos visitantes ecoou entre os especialistas, que tratou o movimento como desimportante e retomou as críticas vorazes de Monteiro Lobato. De fato, à época, a Semana de Arte Moderna não teve tanta importância. Mas, nos anos seguintes, o evento passou a ser considerado o marco que inaugurou o Modernismo no país e provocou os efeitos sentidos em todos os aspectos da cultura brasileira.
Analise Iconográfica - Obra Mulher com Sombrinha de Claude Monet 1875
-
Pré - Iconográfico: Campo, céu azul com nuvens brancas, uma mulher com seu filho, uma sombrinha, vento, roupas brancas, grama, flores, folhas, dia ensolarado.
-
Iconográfico: O Passeio, Mulher com Sombrinha (1875), também conhecido como Madame Monet e o Filho, ou ainda como Camille e Jean na Colina, está entre os quadros mais famosos do pintor impressionista Claude Monet. Na imagem podemos notar que o dia está ensolarada e o céu está azul cheio de nuvens brancas, passando uma sensação de tranquilidade e leveza, pois podemos notar a iluminação do sol na tela. Podemos notar o menino ao fundo da imagem como se ele estivesse surpreso por estar ali, com seu pequeno chapéu e as mãos nos bolsos. A figura central da tela é Camille que está com um ar sério e seu olhar parece estar se dirigindo ao espectador, com seu vestido branco que está em movimento graças ao vento e sua sombrinha para se proteger do sol. Podemos perceber o vento no vestido de Camille e na grama e flores que estão em movimento.
-
Por: Priscila Zickuhr
Análise Iconográfica – Obra Mona Cat de Romero Britto 2004.
Pré-Iconográfico: Campo, céu, formas, texturas, tudo que compõem a releitura de “Mona Lisa”, em forma de gato.
Iconográfico: A pintura Mona Cat de Romero Britto foi criada em 2004, em acrílico sobre tela. Suas dimensões são de 40cm x 32cm e é uma releitura notável da conhecida obra do pintor italiano Leonardo da Vinci, a Mona Lisa. A Mona Cat é como se fosse um Tangram, quebra-cabeça chinês, que se utiliza da figura geométrica para representação e abstração de imagens. O retrato de Mona Lisa, ressignificado através desta geometrização e com texturas gráficas diferentes faz parecer que quaisquer estruturas são capazes de conceber algo semelhante à Mona Lisa original.
O estilo adotado por Romero em suas obras é uma mistura de Pop Art, Cubismo e referências aos seus artistas prediletos que são Pablo Picasso, Henri Matisse, Andy Wahrol, Keith Haring e Francisco Brennand. Os contornos são bem delimitados e há uma geometrização das formas.
A obra de Romero Britto reflete a cultura atual e serve de objeto para reflexões sobre a arte. Ao analisar Mona Cat, que é um gato no lugar de uma das mulheres mais famosas do mundo, uma questão sobre o culto aos artistas e obras clássicos é levantada. Atualmente há uma série de artistas novos e que encontram dificuldade, mesmo tendo um certo espaço, de se consagrarem como mestres. Talvez por não criarem “monalisas” e sim gatas vestidas formadas por peças coloridas e diferentes. As pessoas buscam conhecer apenas essas obras famosas e não se permitem enxergar o mundo e a arte com outros olhos, diferentes do clássico. Mona Cat é uma crítica bem humorada que tenta traduzir para os dias atuais, utilizando uma linguagem típica desses tempos, um clássico da arte renascentista.
Fonte: http://www.britto.com/
Cleverson Souza
Análise Iconográfica – TUTTI FRUTTI
Pré-Iconográfico: Obra com vários movimentos de linhas e curvas, mitura de cores quentes e frias, frutas, flores, pássaros, feminilidade.
Iconográfico: Martin Sati é um ilustrador e designer nascido em Sevilha, Espanha. Ele abriu seu estúdio em 2006 , com foco na direção de arte e ilustração .
Se tentarmos definir seu trabalho, diríamos que é uma mistura entre o sóbrio e o visceral, uma tentativa de expressar o que há dentro das coisas, energia, maldade, a paixão... tudo sem perder o equilíbrio ou as formas.
A Obra é chamada de TUTTI FRUTTI, criada pela representação de diversas frutas e o movimento de alguns pássaros.
Fonte: http://www.martinsati.com/tutti-frutti-4/
Bruna Caroline Maukewich
“Composição com Vermelho, Amarelo e Azul”, de Pieter Cornelis Mondrian - 1921.
Pré-iconográfico: O artista utiliza formas geométricas e principalmente em formato de retângulos.
Iconográfico: Mondrian pintou com traços verticais e horizontais, utilizou as cores amarelo, vermelho, azul, branco e preto. Essas cores eram consideradas elementares do Universo. Através de suas novas formas, ele desenvolveu uma teoria artística, conhecida como o neoplasticismo.
“Juntamente de Theo van Doesburg, Mondrian defendia a idéia de que arte não devia ser limitada a reprodução de imagens de objetos reais, mas expressar unicamente o universal e o absoluto oculto atrás da realidade. Sua crença de que uma superfície plana só deveria conter elementos planos, implicava na eliminação de toda linha curva e trabalhou só com linhas e ângulos retos.”
Iconológico: Ao trazer para o mundo da moda as pinturas de Mondrian, suas geometrias atraem um ar de modernidade.
Nicole Reinecke
http://www.infoescola.com/biografias/piet-mondrian/
Análise Iconográfica - Obra As Duas Fridas de Frida Khalo 1939.
Pré Iconográfico: céu com textura, as duas frid sentadas, banco, vestidos diferentes, sangue, coração.
Iconográfico: Frida Khalo mostra-se como uma mulher dividida pela dor lacerante do corpo e da instabilidade dos seus relacionamentos, e que ao mesmo tempo é intensa, apaixonada e repleta de esperança. O quadro mostra duas Fridas sentadas sobre um sofá de cordas sem encosto, uma ao lado da outra de mãos dadas. Ao fundo temos um céu muito escuro e talvez tempestuoso dando-nos a ideia de que naquele instante a autora não vislumbrava um horizonte claro, um futuro, mas sim uma eminente tempestade. As duas Fridas olham para o mesmo lugar, com olhar altivo, concentrado e enigmático. A pele de cada uma diferencia-se através da tonalidade, uma é um pouco mais escura do que a outra, assim como as expressões faciais. A de pele mais clara tem um rosto mais suave e feminino.
O detalhe das mãos mostra quem estava a apoiar quem. A Frida de coração inteiro é quem segura a mão da outra, e na mão esquerda ela tem um pequeno retrato de Diego Rivera. Mesmo com o coração partido, a parte feminina e delicada de Frida Kahlo, não está morta.
Frida Kahlo foi uma importante pintora mexicana do século XX. É considerada, por alguns especialistas em artes plásticas, uma artista que fez parte do Surrealismo. Porém, a própria Frida negava que era surrealista, pois dizia que não pintava sonhos, mas sua própria realidade. Destacou-se ao defender o resgate à cultura dos astecas como forma de oposição ao sistema imperialista cultural europeu.
Tainara C. Benvenuti